Ex-Palmeiras deixa clube russo e revela: 'Técnico dava tapa na cara'

Ex-Palmeiras deixa clube russo e revela: 'Técnico dava tapa na cara'

 

Ewerthon, que até a última semana atuava no Terek, está na
Espanha e deve acertar com um novo time nos próximos dias

 

 

O atacante brasileiro Ewerthon, ex-Palmeiras, entrou em acordo com o Terek Grozny na última segunda-feira para rescindir seu contrato com o clube russo. O vínculo se encerraria em julho deste ano, mas segundo o jogador alguns episódios extracampo o fizeram procurar novos ares. Saudade da família? O frio? Ewerthon fugiu à regra (pelo menos entre os jogadores que desistem de jogar no país) e declarou em entrevista  que viu o "treinador dando tapa na cara de alguns jogadores".

- Presenciei situações inesperadas no Terek, principalmente fora de campo. Vi coisas que eu não concordava e a partir daí foi decisão minha pedir para sair. Teve casos que eu vi o técnico dando tapa na cara de um jogador do clube. Outra coisa foi o fato de o presidente ir ao vestiário e querer que os jogadores da Chechênia estivessem em campo, excluindo os demais. O presidente nasceu na Chechênia, manda no clube e eu vou dizer o quê? – disse o ex-camisa 26 do Terek, por telefone.

Ewerthon foi contratado pelo Terek, o primo pobre do Anzhi Makhachkala - o time do momento na Rússia -, em agosto de 2011 e disputou sete partidas com a camisa do clube, marcando um gol. O time passa por um momento difícil e briga para se livrar do rebaixamento no Campeonato Russo. Mas o jogador, ainda assim, exalta sua passagem pela equipe.

- Foi uma experiência interessante para mim, mas profissionalmente ficou longe do que eu esperava. Agradeço a todos que lá estão, mas, como eu disse, vi coisas que não gostei. A organização, a infra-estrutura do clube e outras coisas como as que citei. Quando as coisas não vão muito bem, o melhor a se fazer é mudar. E por isso eu saí - afirmou.

Ewerthon no Terek (Foto: Divulgação)

O poderio econômico da Rússia, uma das cinco nações consideradas emergentes ao lado de Brasil, China, Índia e África do Sul, chama a atenção do mundo. Mas esse crescimento não se limita apenas ao setor financeiro, se relaciona com outras áreas e abre novas perspectivas para o futebol no país. Esse novo capítulo da história do esporte no país parece influenciar positivamente o jogador brasileiro, que analisa a boa fase do futebol russo.

ewerthon ex-palmeiras (Foto: Agência Estado)
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

– Lá o futebol vive um momento muito bom. Os clubes grandes estão contratando bastante e fazendo altos investimentos porque a Rússia quer sediar a Copa do Mundo de 2018, depois da do Brasil. O Anzhi é um desses casos. O futebol local ainda vai crescer muito – disse o jogador.

Ewerthon espera definir seu futuro em breve.

- Tenho apenas 30 anos e estou muito bem fisicamente. Meu pai vem negociando e entrando em contato com alguns clubes. Nessa semana, teremos novidades. Estou animado com as coisas que estão surgindo, mas no momento não posso falar muito para não prejudicar a negociação. Mas estou muito feliz de ter saído de um situação que não me deixava a vontade.

Sobre a possibilidade de voltar a atuar no Brasil, o jogador confirma o interesse, mas diz que o país ainda tem muito o que melhorar em estrutura.

- O nível do Campeonato Brasileiro é muito bom, tem ótimo jogadores, é muito competitivo, mas ainda deve muito em organização. Ainda tem muito o que melhorar em estrutura e pensamento, mas seguramente é o melhor futebol do mundo. O futebol brasileiro ainda está muito preso a resultados ... - afirmou.